27/1/14

Exposição de Retratos na Zona Franca dos Anjos
Rua moçambique 42, Lisboa 
do 13 de decembro de 2013 ao 16 de janeiro de 2014




Desenho sem levantar o marcador da superfície porque a vida é assim mesmo, um jogo de erros cujo próprio percurso faz o mapa, que não havia à entrada. Não se pode desfazer o caminho percorrido, mas pode-se iniciar um outro diferente.
Uma janela velha encontrada na rua separa o meu rosto do rosto que desenho.
O marcador desliza, a mão dança, o olho selecciona, ninguém se pode mexer, o silêncio faz-se eterno e por um instante esquecemo-nos de respirar.
Desenho como a minha mão deseja em determinado momento, o olhar atento selecciona, a mão vai rápida. Um olho fechado e o outro aberto.
A mão arrasta-se, sobe e desce. Engana-se e acerta em cada rosto que desenha.
Quando observo alguém de perto – contemplo-o – observo os vestígios do tempo e as vivências (que as caras expressam e mostram), mas inevitavelmente, escolho entre todas as linhas que vejo aquela que melhor conheço, aquela que melhor o representa, talvez sejam as linhas que melhor me representem a mim. E pergunto-me, o que é que estou à espera de encontrar entre tantas caras?
Quando já não tenho mais janelas para desenhar, no turbilhão de gente e de tantos “outros”, olho-me ao espelho e, da mesma forma, desenho-me a mim própria.
Tal como se fosse outra pessoa, talvez para saber ou sentir-me outra, ou talvez “eu” e o “outro” sejamos o mesmo.
Quem sabe o que é? E se formos o mesmo?
 Y si tu eres yo, y yo soy tu, ¿quién es más tonto de los dos?

Elena Sanmiguel Urbina, 2013






 E aqui deixo um pequenho video de como foi o leilão do fim.



                      Obrigada a todos.







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